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[RESENHA] A Noiva Devota - Mari Scotti

03 fevereiro 2017

Hey pessoas!

A resenha de hoje mostra pra vocês as impressões sobre o romance de época fofo e cheio de passagens inesquecíveis escrito pela nossa querida autora parceira Mari Scotti: conheçam A Noiva Devota, segundo volume da saga Os Hallinsons!

A noiva devota
TÍTULO: A Noiva Devota (Família Hallinson #2)
AUTOR: Mari Scotti
EDITORA: Amazon
NÚMERO DE PÁGINAS: 248 páginas
SINOPSE: Nascer um Hallinson jamais foi tão promissor como em sua geração, no entanto, carregar esse sobrenome era ao mesmo tempo uma dádiva e uma maldição para os herdeiros do amor lendário de Mical e Octávio. Tudo porque Madascocia tornou-se a cidade do casal que venceu uma maldição. Muitos curiosos passaram a visitá-la em busca de felicidade, amor eterno, casamentos duradouros e a solução para seus dilemas. Além das inúmeras superstições como passar pela sombra de um Hallinson; lançar cartas ao rio Llyin que corta a Mansão de Bousquet; as donzelas e matriarcas almejavam matrimônio com um dos jovens herdeiros. Tentando adiar ao máximo esse desfecho, Samuel prolongou os estudos, mas, a saudade de uma donzela o faz retornar para casa antes do previsto.  É em um baile que todos os seus planos de a cortejar ruem. Flagrado em uma situação comprometedora, vê-se obrigado a se casar. Ela sempre soube como se esconder da sociedade, como passar desapercebida entre as pessoas e não chamar atenção. Não que fosse complicado, ela era a mais nova das filhas, a menos formosa de sua casa. A que nasceu com uma ofensiva deficiência. Por acreditar que jamais seria notada, Rosalina guardou um grande segredo: seu amor por Samuel Hallinson. O que ela não esperava era cruzar o caminho do rapaz em um dos momentos mais constrangedores de sua vida e mudar seus destinos bruscamente.

     

Para quem acompanha o blog, sabe que a Mari é nossa parceira desde o início e por isso eu tenho um carinho todo especial pelos seus livros. Montanha da Lua (resenha aqui), o primeiro volume da série de época da família Os Hallinsons, foi uma surpresa enorme e gratificante pra mim. Nele, conhecemos a história de Mical e Octávio Hallinson, um casal marcado por uma maldição forte e poderosa, que os impedia de viver seu romance. Ao longo da narrativa, porém, o amor verdadeiro e a força de vontade, aliada à coragem dos dois, fez com que a relação se tornasse possível, e foi lindo acompanhar ambos nesse caminho tortuoso mas cheio de fé e bravura.

Em A Noiva Devota, vamos acompanhar a saga do filho mais novo do casal, Samuel Hallinson, um jovem indeciso, mas cheio de gana para viver sua vida do modo como acha certo. Samuel não tinha a menor intenção de se casar no momento, muito menos com a garotinha Rosalina Acker, que conhecera desde pequena e era irmã de seu melhor amigo Romoaldo. Na verdade, seu interesse de corte era sua irmã, Isabel Acker, uma mulher linda, segura de si e cobiçada pela maioria dos homens. Seus planos foram completamente mudados, e seu destino traçado, em um baile de máscaras na casa de sua irmã, no qual o moço envolveu-se em um escândalo sem precedentes com Rosalina. 

A partir daquele momento, a mãe da garota, que não via a hora de arranjar um bom partido para sua filha Isabel, mas que passou a perceber Rosalina naquele momento, viu no episódio uma bela oportunidade de unir as duas famílias, e exigiu uma reparação por parte de Samuel, que envolvia o casamento o mais rapidamente possível. Cheio de revolta e indisposto a casar, Samuel notou que aquela aproximação poderia trazer-lhe um conhecimento e talvez chances maiores com Isabel, e por isso pensou em uma proposta que pudesse, ao mesmo tempo, livrá-lo do casamento, manter a reputação da garota e aproximá-lo de Isabel. Rosalina, completamente apaixonada por Samuel desde criança, não pensou duas vezes antes de aceitar a oportunidade que surgira tão inesperadamente, mas sentia-se culpada pelas circunstâncias. O que Samuel não esperava, no entanto, era acabar apaixonando-se aos poucos pela doçura e leveza de Rosalina, e perceber em si mesmo o desejo de tê-la realmente como sua esposa.

A Noiva Devota foi um dos livros que eu solicitei à Mari porque a curiosidade para conhecer o restante da série estava muito forte. Quem me acompanha no blog, sabe que romances não são meu gênero literário favorito, e por isso mesmo não costumo ler muitos títulos. No entanto, como sempre acontece, a Mari me surpreendeu de novo com o livro, e eu acabei percebendo que sempre vou amar romances de época. Quem me ensinou isso foi a Mari e os Hallinsons.

A história pode parecer simples à primeira vista: uma garota apaixonada perdida e irreversivelmente se vê frente a frente, por uma brincadeira marota do destino, com seu amado, porém ele não sente o mesmo por ela, e na verdade seu interesse está voltado para alguém próximo à donzela. Mas não é apenas isso. O livro que a Mari escreveu é muito mais do que um enredo comum de romance. Primeiro porque a forma como ela intercalou as cenas, como ela ligou os acontecimentos, e transformou tudo num amarrado gosto de ler e reler (porque sim, eu já li o livro três vezes!) é impressionante e apaixonante ao mesmo tempo. Impossível desgrudar das páginas antes de terminar a última linha! Segundo porque as personagens criadas não são aqueles estereótipos que cansamos de ver nos livros por aí, elas são incríveis e marcantes, difíceis de esquecer até mesmo depois de fechar o livro. E terceiro ponto, mas não menos importante, a escrita da Mari é gostosa, simples, delicada e ao mesmo tempo intensa, forte e envolvente. Não dá pra ficar imune!

Samuel é um personagem que dividiu a minha opinião em muitos momentos. No início do livro gostei dele e consegui me identificar logo de cara com todas as suas indecisões sobre si mesmo e sobre a própria vida. Logo depois, quando ele cogitou usar o amor de Rosalina para seus interesses egoístas e fúteis, fiquei com raiva do garoto, com uma vontade imensa de entrar no livro e dar uns bons tabefes na cara dele. Então ele novamente muda, passa a ser carinhoso, mostra que não é um interesseiro sem noção, e começa a deixar transparecer seus sentimentos, angústias e medos. E aí mais uma vez ganha meu coração. Ao fim da leitura, conclui que Samuel é uma personagem mais parecida com cada um de nós do que podemos imaginar: ele é forte, corajoso, inteligente, charmoso e bonito, mas ao mesmo tempo, não tem a menor noção disso tudo e sofre por ser o filho mais novo e, portanto, preterido por todos. Sente-se inferior ao seu irmão, e por isso protege-se afastando-se de tudo que possa trazer dor, e isso inclui o amor e a segurança de ter alguém do seu lado. Pensando bem, tudo que ele precisa é de uma pessoa que o aceite e o faça enxergar o quão maravilhoso é, e, cá entre nós, quem não precisa disso?

Rosalina é minha personagem preferida de todos os tempos, e isso inclui todas as leituras que eu já fiz na vida. Doce, meiga, generosa, extremamente inteligente e dona de uma leveza de alma na qual todos nós devíamos nos inspirar, a garota é uma pessoa linda e especial, que eu amaria ter ao meu lado todos os dias. Sensata em suas decisões, Rosalina, assim como Samuel, sente-se preterida por sua mãe, que só tem olhos para as oportunidades e pretendentes que a filha mais velha pode vir a ter. Porém, com seu pai é completamente o oposto, e o amor entre os dois me tocou profundamente. Pra quem não sabe, minha relação com meu próprio pai é de extrema proximidade, compreensão mútua e companheirismo, e eu me vi naquele laço entre Rosa e seu pai. Como se já bastassem todas essas qualidades incríveis, Rosalina ainda é capaz de amar de uma forma mágica e inspiradora, doando-se e se entregando completamente. E eu não estou falando apenas do sentimento que ela nutre por Samuel, mas também das relações de amizade e familiares que a menina mantém. Rosalina tem uma debilidade na perna que faz uma ser um pouco maior que a outra, e por isso tem vergonha de si mesma e sente-se insegura com relação à sua aparência. O que ela não sabe é que isso é só um detalhe quando olhamos pra seu caráter acima de qualquer suspeita, seu humor gentil e divertido, suas ideias malucas e engraçadas e seu enorme coração. Rosa é um encanto em todos os sentidos, e nada a descreve melhor do que o próprio nome: ela é realmente parecida com uma rosa, delicada, sensível, bela e discreta, mas ao mesmo tempo marcante e única.

Com relação aos outros personagens, todos eles de alguma forma interferem dentro do enredo. Mical e Octávio são os pais perfeitos, compreensivos, conhecedores de seus filhos como ninguém, sempre com os melhores conselhos. Félix Acker lembra muito meu próprio pai e isso me emocionou do início ao fim do livro. O homem não esconde sua admiração e cuidado com a filha mais nova, e é lindo ver a forma como ele demonstra essa proteção dando espaço, ao mesmo tempo, pra que ela tome suas decisões e alçe seus voos. Isabel parece uma garotinha fútil no início, preocupada apenas em deixar todos de queixo caído com sua aparência impecável, mas aos poucos se liberta da influência nociva de sua mãe e consegue ser ela mesma, cheia de cumplicidade com sua irmã, carinho e força pra dar, com uma personalidade tão linda quanto a de Rosa. Gregório é uma das personagens mais hilárias que eu já conheci: sempre bem-humorado, ninguém consegue ficar muito tempo sério perto do rapaz; é inteligente, seguro de si e extremamente sociável, além de nutrir um amor grande por todos aqueles que o rodeiam e valorizar sua família acima de qualquer outro bem. Margarida Acker é uma mulher desprezível, com todas as letras maiúsculas. Egoísta, superficial e interesseira, ela só consegue pensar nas relações sociais e na ascensão que os casamentos arranjados para suas filhas podem dar à família. Não perde uma oportunidade de mostrar o quanto Rosalina é inferior à sua irmã e é uma péssima mãe. Tudo bem que ao fim do livro ela acaba demonstrando-se menos megera, mas eu não consegui sentir nenhum tipo de empatia pela mulher.

O livro chegou até mim em PDF, e, portanto, não tenho como falar muito sobre a versão física dele. O que posso dizer é que não encontrei erros de revisão, um cuidado que a Mari sempre tem com os livros e que me deixa muito satisfeita. Junto à história, encontramos a árvore genealógica de ambas as famílias, o que nos ajuda a entender um pouco mais sobre as relações entre cada personagem e impede que nos percamos entre tantos nomes. Os capítulos são intercalados entre Rosalina e Samuel, e isso dá a nós a oportunidade de conhecer a narrativa em sua dupla versão, tanto na visão do protagonista masculino como na da protagonista feminina. Além disso, nos proporciona um conhecimento profundo do interior e do psicológico das personagens, deixando a narração ainda mais envolvente e próxima dos leitores.

Ao final da leitura, posso dizer que estou completa e irreversivelmente apaixonada pelos Hallinsons e não vejo a hora de conhecer a próxima história. A Noiva Devota vai ficar marcado pra sempre na minha memória de leitora, e me ensinou várias lições que levarei pra vida. A principal delas foi que nunca devemos deixar nada nos impedir de ser feliz, e que, se realmente acreditarmos no amor, ele acontece, da forma mais inesperada e bonita que podemos imaginar. Obrigada mais uma vez Mari, por me permitir sonhar com um futuro bonito!

E vocês, o que acharam do livro? Já conheciam a autora? Me contem tudo! Beijos! 😗😗

Um comentário:

  1. Patrini, como sempre, suas resenhas me encantam! Eu não sabia que vc não curtia romances e é mais um motivo pra me deixar ainda mais emocionada. Obrigada pela resenha incrível! Espero que goste de dar mais risadas com o Gregório, pois será dele o próximo livro.
    Beijo, Mari Scotti

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