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[RESENHA] A Cor da Coragem - Julian Kulski

29 janeiro 2017

Hey, pessoas!

O post de hoje traz para vocês as impressões de um livro cedido para resenha em parceria com a editora Valentina, um livro que me emocionou e escandalizou em muitos momentos. Conheçam A Cor da Coragem, de Julian Kulski.

A Cor Da Coragem
TÍTULO: A Cor da Coragem
AUTOR: Julian Kulski
EDITORA: Valentina
NÚMERO DE PÁGINAS: 416 páginas
SINOPSE: "Afinal, o que fica para um homem, além da sua honra… e da coragem de viver por ela?" Julian Kulski Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invade a Polônia. É o início da Segunda Guerra Mundial. Em poucos dias, Varsóvia se rende aos alemães, soldados poloneses depõem suas armas, a cidade já é um amontoado de escombros. Julian Kulski é um menino polonês de apenas 10 anos de idade. Filho do vice-prefeito de Varsóvia, escoteiro ousado e entusiástico, ele tem a firme convicção de que deverá lutar contra o Invasor. A cor da coragem é o diário de Julian Kulski, a história de seu amadurecimento durante os cinco anos da brutal ocupação alemã. Diferentemente do diário de Anne Frank, narrado a partir da sua clausura no esconderijo de um prédio em Amsterdã, o de Julian Kulski se passa nas ruas de Varsóvia, no front, no combate cara a cara com o inimigo, no infame Gueto onde se encontram seres humanos famintos, desesperados e doentes à mercê de todo tipo de tortura, do enforcamento, do fuzilamento, da câmara de gás... "Este diário, escrito com o coração e pela mão de um adolescente, nos proporciona uma visão única e comovente da Segunda Guerra Mundial". - Lech Walesa, Prêmio Nobel da Paz

    

Como foi uma das maiores atrocidades já cometidas pela humanidade, acredito que muitos de vocês leitores já tenham tido contato, em algum momento da vida, com leituras sobre a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente sobre o nazismo e sua crueldade. A Cor da Coragem é o diário de um sobrevivente da guerra, um garoto polonês que lutou no exército de resistência polonês contra todas as barbáries alemãs em seu país. Muitos de vocês, depois dessa informação, logo lembrarão de Anne Frank, cujo relato acabou mundialmente conhecido. Porém, o livro de Julian Kulski tem um diferencial definitivo: o autor não é perseguido por sua crença ou raça, mas sim por seus ideais, pela luta que empreendeu em prol da liberdade e independência perdidas por seu povo.

O relato aqui é extremamente realista e não poupa detalhes. Dividido por ano, ele conta com perspicácia todos os eventos marcantes da vida do autor, desde o início da guerra, passando pela invasão da Polônia, pela entrada do garoto na luta pela resistência polonesa, até chegar efetivamente ao fim de tudo. Ao longo da narrativa, somos surpreendidos por cenas perversas, que nos chocam e emocionam, bem como por episódios de coragem e bravura que nos inspiram e fazem crer no ser humano um pouco mais. Todas as informações são extremamente datadas e cheias de referências, o que acaba por exigir uma leitura atenta e cuidadosa. 

O tema do livro em si é delicado e permeado por muita sensibilidade. E o autor compreende isso, transportando essas sensações para sua narração. Ao mesmo tempo, não poupa o leitor de nenhum ponto indispensável para a compreensão de seus pensamentos, ideais e ações. Somos literalmente levados a encarar a situação junto do adolescente que precisa enfrentar a guerra, as fugas, as prisões, as perdas e tudo que vem com o evento. É por conta dessa capacidade do autor de narrar de maneira tão palpável e real todos os acontecimentos deste período que o livro nos traz tantas emoções e sentimentos à tona. A realidade enfrentada por aquele povo nos comove, e é impossível ficar imune à crueldade e às injustiças que permeiam as páginas, assim como também não passa despercebido o lado guerreiro e espirituoso daquele povo, que acredita sempre em si e em seus valores.

Como o livro é narrado em primeira pessoa, temos a visão do autor sobre todo e qualquer acontecimento. Na maioria das vezes, essa visão é totalmente parcial, e conduz o julgamento do leitor, o que acaba por ser bastante comum em livros autobiográficos. Em alguns dos episódios, no entanto, essa parcialidade não acontece, e o leitor fica livre para tirar suas próprias conclusões, inclusive sobre o desfecho de pessoas e situações narradas. Acredito que esse equilíbrio tenha fortalecido a obra, por nos dar a oportunidade de conhecer não só a personalidade e o pensamento do autor perante os mais diversos episódios, como também chegarmos nós mesmos a determinados juízos de valor sobre fatos narrados.

Todo o relato é permeado por fotos reais que tem relação direta com o que está sendo contado no momento em que a imagem aparece, e muitas delas são bastante chocantes, causando arrepios e compaixão. Ao mesmo tempo, as pessoas, lugares e datas também não nos são ocultados, dando um aspecto ainda mais real ao enredo e aos relatos. As referências históricas são latentes e constantes, e muitas vezes eu precisei recorrer aos conhecimentos prévios para ter a total compreensão do que de fato estava acontecendo e em que momento. A linguagem do autor é simples, mas carregada de emoção, e isso passa para o leitor já na primeira linha. As notas do autor, bem como as informações que ele nos dá antes mesmo de iniciarmos a leitura são de fundamental importância para um entendimento inteiro do livro.

A diagramação do livro é bastante bonita e delicada ao mesmo tempo, e a editora apostou mesmo na simplicidade, dando poucos detalhes adicionais às páginas, deixando a escrita prevalecer e ganhar destaque. Acredito que essa seja sempre a melhor escolha, afinal, o que realmente interessa num livro é a história que nos está sendo contada. Não encontrei erros de revisão, e creio que eles teriam passado despercebidos por mim num livro como esse, que me prendeu do início ao fim.

A leitura de A Cor da Coragem me proporcionou momentos bastante inesquecíveis: ao mesmo tempo em que me fez chorar diversas vezes e deixou meu coração apertado e tenso, conseguiu restituir minha fé nos valores e na força de um povo unido por uma causa, cheio de garra e vontade de lutar pelo que acredita. Forte, intenso e cruelmente real, é um dos raros livros que nos marcam e que sempre acabam deixando algo deles conosco, mesmo depois que a última página já foi lida. Não conhecemos apenas o lado sádico e cheio de maldade do ser humano, mas também sua força, sua coragem, sua capacidade de se reerguer e de se compadecer daqueles que precisam de nós.

E vocês, o que pensam sobre o livro? Sentiram curiosidade? Me contem nos comentários! Até a próxima postagem! Beijos! 😗😗

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