Curta!

[RESENHA] Pensei Que Fosse Verdade - Huntley Fitzpatrick

05 dezembro 2016

Hey, pessoas!

A postagem de hoje traz para vocês a resenha do livro Pensei Que Fosse Verdade, de Huntley Fitzpatrick, publicado pela editora Valentina aqui no Brasil. Se vocês acompanham o blog, sabem que essa resenha faz parte da leitura coletiva organizada pela editora Valentina do livro, e, sim, ela já devia ter sido postada há algum tempo, então peço desculpas a vocês e à editora, ok? Agora sem mais delongas, vamos lá!

Pensei que Fosse Verdade

TÍTULO: Pensei que Fosse Verdade
AUTOR: Huntley Fitzpatrick
EDITORA: Valentina
NÚMERO DE PÁGINAS: 336 páginas
COMPRAR
SINOPSE:
Gwen Castle nunca quis tanto dizer adeus à sua ilha natal quanto agora: o verão em que o Maior Erro da Sua Vida, Cassidy Somers, aceita um emprego lá como faz-tudo. Ele é um garoto rico da cidade grande, e ela é filha de uma faxineira que trabalha para os veranistas da ilha. Gwen tem medo de que esse também venha a ser o seu destino, mas, justamente quando parece que ela nunca vai conseguir escapar do que aconteceu – ou da ilha –, o passado explode no presente, redefinindo os limites de sua vida. Emoções correm soltas e histórias secretas se desenrolam, enquanto Gwen passa um lindo e agitado verão lutando para conciliar o que pensou que fosse verdade – sobre o lugar onde vive, as pessoas que ama, e até ela mesma – com o que de fato é.

    

Gwen Castle é uma garota normal que vive com sua família na ilha de Seashell. Toda sua vida gira em torno do lugar: seu irmão mora ali, e ele precisa tanto ou mais dela do que sua mãe; seu pai toca uma sorveteria na cidade e seu primo Nic, que ela ama com todas as forças, também vive ali, isso sem falar na sua melhor amiga Viv. Um porém, no entanto, existe, como sempre: Gwen quer sair dali o mais rápido possível. Um segredo do passado ainda a assombra, e depois que Cassidy Somers, mais conhecido como seu pior erro, consegue um emprego como faz-tudo da ilha durante o verão, o sumiço parece a solução mais viável. O que Gwen não imaginava é que havia ainda muitas aventuras reservadas para ela naquele lugar paradisíaco, e aquele verão era a prova disso, e que isso mudaria o rumo de tudo que ela aceitava como verdade e do modo com ela olhava para si mesma.

Pensei que Fosse Verdade é um livro incrível pela sua simplicidade. Não existe uma trama extremamente complexa aqui, mas sim uma narrativa sobre relações humanas e tudo que elas acabam trazendo consigo. E não há nada melhor do que isso por dois motivos principais: primeiro, isso dá mais veracidade à história, faz com que ela se torne mais real para os leitores, o que se liga diretamente ao segundo ponto positivo da trama, que é conquistar o leitor exatamente com aquelas questões que ele conhece, com situações que ele pode muito bem ter vivido ou viver no decorrer da sua própria vida. Dos dois jeitos, o envolvimento do leitor com a narrativa se torna forte, a ligação que a autora constrói entre o mundo imaginado por ela e aquele conhecido pelo público é praticamente indestrutível.

Gwen foi a personagem mais ambígua pra mim e também a que me despertou sentimentos mais contraditórios no decorrer da trama. Eu entendo que ela seja uma adolescente que esteja passando por uma crise de identidade, que tudo que ela já viveu acabe interferindo na sua personalidade e que sua família talvez não seja das mais normais, mas havia horas na história que eu sentia uma imensa vontade de socar a cara dela. E eu me explico: a Gwen é daquele tipo de pessoa que tem pena de si mesmo. Não que isso a impeça de ir além dos seus limites, acontece que esses “limites” são estipulados por ela mesma, e ela faz questão de reforça-los a cada segundo da narrativa. Como o livro é narrado por ela, a perspectiva da personagem é quem nos guia por entre as várias relações e história paralelas que se desenvolvem ali, e essa pressão constante que existe por parte da protagonista de se colocar como “coitadinha” é um pouco irritante. Mas, por mais estranho que pareça, eu me identifiquei inclusive com isso nela. Sim, porque eu já fui adolescente (e por sinal, não faz muito tempo) e também já tive essa fase de colocar os meus dramas pessoais acima de qualquer coisa, e dar a importância de uma catástrofe mundial para cada um deles. Por isso a personagem ficou contraditória pra mim: ao mesmo tempo em que eu gostaria de dar uma sacudida nela pra que ela acordasse pra vida, também sentia vontade de abraça-la e dizer que eu sei muito como é isso.

Cassidy é um verdadeiro sonho: carinhoso, extremamente gentil, bem-humorado, educado e toda essa infinidade de qualidades que as mães fazem questão de destacar nas conversas sobre genros ideais. Mas o que mais me impressiona no Cass, além da sua persistência com a Gwen (ô, menina complicada, viu?) é o modo como ele trata os outros, especialmente o irmãozinho da Gwen, Emory, que necessita de um tipo de atenção diferente das crianças consideradas normais: Cass é incrivelmente paciente com ele e tem uma maneira de se comunicar com o garoto muito particular e exclusiva deles, e é lindo ver a forma como Emory acaba se apegando a ele e ele ao Emory, ao mesmo tempo. Se eu fosse a Gwen, só isso já me conquistaria!

Por falar em Emory, o garotinho ganhou meu coração e está no topo das minhas personagens literárias favoritas. A forma com que ele encara o mundo, as pessoas, tudo que acontece ao seu redor é, sim, infantil, mas é mais que isso: é positiva, emana alegria; é mágico acompanhar o mundo pelo olhar de Emory. Isso sem comentar todas as risadas que ele me fez dar durante o livro, todas as lágrimas que eu derramei por ele e todas as situações hilárias que ele protagoniza. Emory me ensinou que, apesar de todos os cuidados que ele parece necessitar, na verdade é ele quem dá aula e nos ajuda a melhorar como pessoas, como seres humanos.

Nic e Viv são o casal perfeito da história. Conhecem-se desde pequenos, gostam um do outro, se respeitam e parecem ter sido feitos pra ficar juntos. Mas ao mesmo tempo, durante toda a história, pelo menos pra mim, uma sombra de desconfiança pairou no relacionamento dos dois. Porque nada no quesito relacionamentos é perfeito, muito pelo contrário: sempre existem dúvidas, brigas, chutadas de balde, idas e vindas, confusão; todas essas coisas são normais e acabam fazendo com que o casal amadureça seus sentimentos e suas próprias certezas e personalidades. Não é que não existem divergências entre o Nic e a Viv, mas elas são poucas, e são sempre resolvidas num piscar de olhos, e isso não me pareceu real em nenhum momento. Mas existe um porquê nisso também, e esse porquê foi a maior surpresa que eu podia ter na história. Mas sem spoilers, peoples: assim que lerem, também vão entender essa afirmação, e eu digo que ela foi a sacada mais genial da autora nesta narrativa!

A senhora E. foi outra das personagens que me conquistaram. É com ela que Gwen passa a maior parte do tempo, visto que foi contratada para cuidar e fazer companhia à senhora. Mas na verdade, ocorre o oposto: a senhora E. é uma velhinha animada, fã de romances de época daqueles bem calientes, mas acima de tudo é sábia e protetora. Ela não só toma conta de Gwen, mas a auxilia a pensar sobre várias questões que envolvem sua vida na ilha, seu relacionamento familiar, sua pseudo-relação com Cass e o rumo que ela deve seguir. A senhora E. é uma das grandes responsáveis por Gwen tomar a direção da própria vida e, aos poucos, amadurecer e evoluir.

Em termos de reviravoltas, o livro é bastante linear durante a maior parte da narrativa, que se centra no casal Gwen e Cass mas também tem outras várias histórias paralelas acontecendo ao redor dessa relação, que são tão importantes quanto os protagonistas, o que eu achei incrivelmente inteligente por parte da autora, já que torna o livro menos monótono e instiga o leitor a avançar nas páginas. Para mim pelo menos, como leitora, um simples romance não é suficiente para fundamentar uma trama inteira. Precisam existir outros elementos além desse, e aqui isso acontece, e muito, aliás. Mais para o final do livro, como era o esperado, as respostas para as questões que a trama suscita aparecem, e a grande reviravolta do enredo acontece. Confesso que a autora conseguiu me surpreender com a mudança brusca na trama, e isso foi o que eu mais curti na leitura, a capacidade da história de se renovar e me deixar surpresa.

Ao final do livro, o sentimento é um só: é fácil aprender lendo. Fitzpatrick consegue nos transmitir com essa trama muito mais do que o proposto, consegue nos arrancar muito mais do que suspiros. Com a Gwen, aprendemos que nem sempre é simples e fácil sermos nós mesmos, mas que para mudarmos é preciso antes de tudo aceitar nosso jeito, nossos defeitos, manias e imperfeições, exatamente como elas são. Com Cass, aprendemos que vale a pena insistir em quem se ama, mesmo que seja preciso provar que estamos dispostos a lutar por esse sentimento. Com Nic e Viv aprendemos que nem tudo é o que parece, e que um relacionamento realmente sólido não depende do tempo, e sim do quanto conhecemos e entendemos o outro ao nosso lado, que é preciso amadurecer juntos pra fazer tudo dar certo e que as divergências são uma etapa nessa construção. Com Emory, aprendemos a valorizar cada pequeno momento, cada simples coisa que acontece e torna nosso dia mais feliz, cada pessoa que nos faz sentir especiais. Pensei que Fosse Verdade não é apenas um romance entre dois adolescentes: é uma história simples, mas que ensina muito. Basta ao leitor vontade de aprender, e sensibilidade para ir além daquilo que as páginas trazem e reconhecer o que as entrelinhas nos dizem.

Espero que tenham curtido a resenha, e se já leram o livro me contem suas impressões nos comentários! Beijos! 😚😚

Um comentário:

  1. Il marchio replica orologi Cartier è di proprietà della società svizzera Richemont ed è parte integrante della forza del team.

    ResponderExcluir