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[RESENHA] Puros - Julianna Baggott

30 agosto 2014

Hey, pessoas!

Hoje eu trago mais uma resenha para vocês. E o escolhido da vez é o livro Puros, primeiro da série de Julianna Baggott. Vamos conferir o que eu achei da leitura?

TÍTULO: Puros
AUTOR: Julianna Baggott
EDITORA: Intrínseca
NÚMERO DE PÁGINAS: 368 páginas
AVALIAÇÃO: 
SINOPSE: Pressia pouco se lembra das Explosões ou de sua vida no Antes. Deitada no armário de dormir, nos fundos de uma antiga barbearia em ruínas onde se esconde com o avô, ela pensa em tudo o que foi perdido - como um mundo com parques incríveis, cinemas, festas de aniversário, pais e mães foi reduzido a somente cinzas e poeira, cicatrizes, queimaduras, corpos mutilados e fundidos. Agora, em uma época em que todos os jovens são obrigados a se entregar às milícias para, com sorte, serem treinados ou, se tiverem azar, abatidos, Pressia não pode mais fingir que ainda é uma criança. Sua única saída é fugir. Houve, porém, quem escapasse ileso do apocalipse. Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família tenha se desfeito: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo no Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase solta sem querer sugere que sua mãe ainda pode estar viva, ele arrisca tudo e resolve sair à sua procura. É então que Pressia e Partridge se encontram, e este encontro pode despedaçar seu mundo mais uma vez.

O Antes é um mistério para Pressia. Ela não lembra de nada que tenha acontecido antes das Explosões. Apenas aquilo que seu avô a conta, lembranças de seus pais, que já não estão mais ali. Agora tudo que ela conhece é o mundo destruído fora da barbearia onde vive com o avô, em que todas as pessoas são uma visão destorcida de um paraíso que não existe mais. Pressia teve sorte de ter sobrevivido, assim como vários lá fora. Porém, as consequências vieram: agora, as pessoas são fundidas a uma variedade infinita de objetos e elementos, queimadas ou mutiladas. A cabeça de boneca no lugar de sua mão não a deixa esquecer do terrível massacre que ela presenciou. Mas alguns foram mais sortudos: foram escolhidos para viver no Domo, um ambiente estável, onde as pessoas são superiores e perfeitas, e não precisam respirar o ar poluído do mundo lá fora. Ali eles tem uma vida boa e não enfrentam os perigos que os Miseráveis passam todos os dias. Esses são os chamados Puros.

Partridge é um deles, mas não entende tudo o que aconteceu. Sua família foi separada e completamente destruída, e agora restam apenas ele e seu pai sempre tão distante, talvez pela posição alta que ocupa no Domo. Partridge não se acha com sorte. Após uma discussão com seu pai, depois de seu condicionamento e aprimoramento físico não estarem surtindo os efeitos desejados, ele descobre que há uma chance mínima de sua mãe continuar viva fora da bolha em que ele vive, e é então que decide arriscar-se para procurá-la.


Fora do Domo o mundo é desconhecido e perigoso para Partridge, que não está acostumado às ameaças que encontra. Para sua sorte, logo ele encontra Pressia, que dá um rumo a sua busca e o ajuda a sobreviver ao ambiente hostil. Logo ele também conhece Bradwell, um cara carrancudo e de poucos amigos, revolucionário, crente na teoria da conspiração. Juntos eles enfrentam perigos que Partridge jamais poderia imaginar. E conforme avançam em sua busca e descobrem segredos há muito tempo guardados, eles veem-se mais unidos, e percebem que precisarão de todas as suas forças se quiserem continuar vivos.

O livro é narrado por basicamente três personagens: Partridge, Pressia e Bradwell, sendo que os dois primeiros são os que mais contam a história. Os capítulos são intercalados entre eles e curtos, o que facilita a leitura e a torna menos cansativa. No começo eu fiquei meio perdida na história, achei que a autora acrescentou muita informação, que contribuíram para deixar a narração um pouco confusa, e precisei de pelos menos dez capítulos para me orientar direito no livro.


Confesso que logo que li a sinopse a trama me atraiu de cara, pois é completamente diferente de tudo que já li. Como sempre, cometi a besteira de criar altas expectativas para o livro, e me decepcionei, em partes. Não é que a história seja de todo ruim, mas como eu disse antes, acho que ela tem informação demais. Aí vocês me perguntam: Mas isso não contribuiria para deixá-la melhor? Na verdade, nesse caso, não. Acho que a autora poderia ter escolhido apenas um lado dessa história toda e tê-lo desenvolvido com mais clareza. Existem muitos nomes na trama, para tudo, e admito que demorei um bom tempo para saber o que era o que.

Apesar disso, a parte das intersecções entre as personagens ficou maravilhosa. Julianna criou um enredo onde nada era por acaso, e conseguiu dar uma função importante a cada fato que acontecia no livro, e eu achei essas ligações maravilhosas, foi o que mais me prendeu a história. Além disso, as personagens foram bastante complexas, e os conflitos entre elas bastante coerentes, não aquela coisa boba com a qual estamos acostumados. Elas realmente passaram por poucas e boas, e muitas vezes parecem amarguradas demais, mas definitivamente tem razão para isso. Gosto de personagens assim, com as quais tu consiga se identificar, às quais tu possa se apegar e compreender o porque delas dizerem ou fazerem todas as coisas. Isso contribuiu bastante para a trama ser coesa e inteira.


No começo do livro, a leitura exige bastante paciência. Creio que a autora já sabia que seus leitores teriam uma certa dificuldade em compreender o universo (criativo demais, para se dizer o mínimo e fazer justiça a Julianna) que ela criou. Por isso mesmo ela se detém muito nos detalhes, e explica cada minúcia, o que eu, particularmente, acho um pouco chato no livro, apesar de vir a calhar em casos como esse, onde tudo é encaixado no final do livro. Do meio para o fim a narrativa fica mais rápida e fluida, com ação de tirar o fôlego e peças indo cada uma para o seu lugar, muitas vezes arrancando suspiros. Foi essa parte da qual mais gostei (óbvio, né?) e achei que mais contribuiu para o livro não ser considerado ruim para mim.

Quanto à diagramação ela é super simples, o que me agrada bastante, pois dá mais ênfase a história, que, querendo ou não, é o mais importante dentro do emaranhado todo. A capa é maravilhosa, e eu realmente admiro as sacadas de quem fez a arte: só para vocês terem uma ideia, o símbolo da Pressia dentro do livro é uma borboleta, e é esse o bichinho que aparece na capa. Na parte da frente ele está colorido e cheio de vida, assim como a imagem do globo terrestre que fica em segundo plano, enquanto na capa traseira do livro a borboleta é transformada em cinzas, como se fosse para ilustrar a diferença entre o Antes e o Depois que conhecemos no universo do livro. Achei isso fantástico!


Por fim acabou que eu gostei do livro, mas fiquei em dúvida quanto a terminar ou não a série, que eu acredito não ter sido lançada no Brasil ainda, pelo que pesquisei. Apesar da autora não ter fechado completamente a história e não nos dado um desfecho para ela ao final do livro (mais um coisa óbvia, se tratando de uma série) eu tenho um certo receio de que os livros comecem a decair, como é a tendência da maioria das sagas hoje em dia (não me matem, ok? Existem exceções!)

Recomendo a leitura por causa do universo criado pela autora, e pelo tema central do livro, que eu achei super interessante. Mas já vou logo avisando que é normal a confusão inicial e que se adaptar a trama não é uma tarefa das mais fáceis, portanto, não se assustem se de início tudo parecer um caos. Espero que tenham gostado da resenha, e não deixem de vir me contar suas impressões do livro depois de lerem. Até a próxima postagem!

Beijos 

4 comentários:

  1. Sempre quis ler essa série ,e agora fiquei com mais vontade...

    Parabéns pelo blog é uma graça super aconchegante.
    bjo flor.

    http://clubepuraliteratura.blogspot.com.br/

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    1. Olá, linda, a série é bem legal mesmo, a ideia central do livro é ótima, pena que acho que só o primeiro livro foi trazido ao Brasil por enquanto ): Obrigada pelo elogios, bom saber que você se sentiu em casa, e pode voltar sempre, viu? Vou dar uma olhada no seu cantinho também ;)

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  2. Oi moça do sul :) Sua resenha é inteligente e bem completa. Porém não concordo tanto sobre a confusão de personagens. Na verdade, a trama central vive de poucas personagens e é como vc escreveu, é inteligentemente conduzida para revelar harmonia e compreensão, mais tarde. Não gosto de livros e filmes com mil e uma personagens e, por vezes, quase me apetece largar, o que não foi de todo o caso desta vez. PUROS foi uma de minhas leituras recentes, de férias (vivi no Brasil mas sou português, das ilhas dos Açores)e adorei, fiquei preso naquele universo estranho, desesperado , doentio e profundamente hostil. Que, apesar da criatividade e imaginação brilhantes, é, de algum modo, universal e realista, tanto por mostrar a eterna maldade do ser humano, como por abrir janelas ficcionais sobre um mundo onde rigorosamente tudo pode acontecer e onde muita coisa ruím demais está já acontecendo...Um abraço (meu blog, https://popeye9700.blogs.sapo.pt/ é basicamente onde guardo meus artigos que publico no jornal local, muitos temas poderão ser estranhos para vc) Tarcísio

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  3. Scarlett Johansson a été nominée dans la catégorie Meilleure actrice pour Histoire de mariage et Meilleure actrice dans replique montre un second rôle pour Jojo Rabbit, et Colin Jost l'a accompagnée à la cérémonie en portant l'emblématique Tag Heuer Monaco dans des couleurs qui feront sourire les puristes,rolex pas cher la référence moderne: CAW211P.FC6356.

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