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[RESENHA] Imortal - org. P. C. Cast

12 agosto 2014

Hey, pessoas!

Com a volta às aulas na faculdade vai ficar mais difícil de eu postar resenhas aqui para vocês, mas isso não quer dizer que elas não vão existir. Prova disso, é o post de hoje, que traz um livro com uma proposta um pouco diferente de todos os que já resenhei aqui. Vamos conferir?!








TÍTULO: Imortal - Histórias de Amor Eterno
AUTOR: Vários
EDITORA: Planeta
NÚMERO DE PÁGINAS: 253 páginas
AVALIAÇÃO: 
SINOPSE: Nessa tão esperada coletânea, P.C. Cast, reuniu alguns dos principais conhecedores do mundo das criaturas sobrenaturais e selecionou os textos mais fascinantes destes escritores. O amor impossível entre um rapaz simples e uma menina rica que se torna vampira em busca de liberdade; uma paixão do passado que reaparece em forma de fantasma para salvar seu vampiro e uma fada que tenta livrar de grandes encrencas sua melhor amiga são apenas algumas das histórias narradas. Afinal, quando se é imortal, o amor é para sempre.





O livro é uma coletânea de contos, e é o primeiro que li nesse formato. Comecei a leitura porque o tema me fascinou: imortalidade. Sinônimo de vampiro, concordam? Pois é, só que esse livro trata muito além de vampiros. Ele nos leva a um mundo onde não existem apenas as criaturas criadas por Bram Stoker (mestre!), mas sim seres com origens ainda desconhecidas para muitos de nós. Em resumo, ele nos traz uma nova forma de vampiro.

A introdução de P. C. Cast já começa a nos orientar e familiarizar com o que está por vir, e devo dizer que foi muito bem escrita. A autora conseguiu nos fisgar exatamente naquele momento, com questões que qualquer um de nós já viveu um dia (inclusive ela própria, como admite). Depois de entrarmos no mundo dos livros, nos são apresentadas oito histórias, que apesar de independentes e diferentes entre si, mantém o tema comum. Essas narrativas não são longas, nem curtas, na verdade elas são suficientes para nos dar uma ideia da proposta do livro.



O primeiro conto, Amor Assombrado, escrito por Cynthia Leitich Smith, nos leva ao mundo de Cody Stryker, um homem que vive no Texas, e que é claramente atormentado pela infância de abusos e maus-tratos pelo seu tio, Dean.Ele encontrou no vampirismo uma forma de conseguir força suficiente para se defender e se livrar do tio, mas me parece que o remorso não o deixa em momento nenhum da história. Tentando levar sua vida adiante, ele reabre o cinema da pequena cidade, e é assim que conhece Ginny, a filha do prefeito, que faz de tudo para ser aceita como membro empregatício do negócio de Cody. 

Acontece que o local é "assombrado", supostamente pelas almas da garotas que alia trabalharam e que sumiram sem nunca mais serem vistas ou encontradas. Uma das garotas está presente ali, mas isso não assusta Cody. Ele vê sinais dela por todo o lugar, e, estranhamente ela parece se incomodar coma presença de Ginny. No princípio, Cody pensa que ela está enciumada, e que quer o lugar apenas para si, ou até mesmo que o problema do fantasma seja com ele, mas logo o pensamento se revela falso. O problema de Sônia (o fantasma) é mesmo com Ginny, e no decorrer da narrativa nós descobriremos porque. O que posso dizer é que sim, a história me envolveu e conseguiu me surpreender. Eu não esperava o final, e achei totalmente inusitado. A autora conseguiu estabelecer ligações entre as personagens, e nos guiar magistralmente para o desfecho incrivelmente inesperado da história, e isso é o que mais me fascina nas histórias. Acredito que o fato de a história ser narrada do ponto de vista de Cody, e este não saber exatamente o que está se passando, indo descobrir apenas conosco, no final da narrativa, contribui para nos surpreender ainda mais. Gostei da história, e leria um livro da autora, com certeza.

A segunda narrativa, Névoa Amarela, é criada pela filha de P. C. Cast, e confesso que isso criou expectativas enormes em mim, principalmente por ela ser co-autora da saga House Of Night. Infelizmente para ela, a história não me surpreendeu tanto quanto a primeira. Apesar do enredo ser fantástico, incluindo um vampiro enraizado na mitologia grega, com o poder espetacular de alterar espaço e tempo, e uma adolescente rebelde que se envolve com o vampiro mesmo sem saber ou querer, achei a história um pouco fraca demais. a história fira em torno de Jenna, e em seu romance com Alek, o vampiro de origens estranhas. Juntos, eles precisam enfrentar o Alastor, um demônio grego que fazia as pessoas matarem e pecarem, para salvar a vida da mãe da garota. O final teve seus pontos altos, como a descoberta de quem era realmente Alastor, ou os poderes de Jenna, mas fora isso, posso dizer que esperava mais.

Rachel Cane nos coloca no mundo de sua série, os Vampiros de Morganville, ao escrever a história Perseguição de Um Homem Morto. A história tem seu centro em Shane Collins, que também mora no Texas, e sua conturbada relação com seu pai, Frank Collins. A cidade de Morganville é permeada por criaturas sobrenaturais, e o pai de Shane é um caçador de vampiros, que insiste em trazer o filho para o lado dele, o que é basicamente impossível, visto que o melhor amigo de Shane se transformou em um vampiro. A história nos traz o encontro nada pacífico ou cordial entre Shane e o pai, que conseguiu arrastá-lo para um saleta escura graças ao zumbi que ele havia ressuscitado. A narrativa de Rachel é fluida e cheia de ação, nunca causando tédio, em momento algum. As personagens são apresentadas vagarosamente, e ficamos conhecendo o enredo todo graças ao diálogo de Shane e o pai. O protagonista é quem narra a história, portanto, o ponto de vista do mundo que temos é este, no qual seu pai é bêbado patético que não entende o valor do amor. Confesso que a história não me chamou muita atenção no início, mas logo a autora mudou a rumo de sua narrativa, e eu fiquei mais presa a cada página que passava, curiosa para conhecer a série original.


A quarta história é a melhor, na minha opinião. Tanith Lee me deu uma visão diferente de tudo que eu já havia ouvido sobre os vampiros, e conseguiu criar um enredo que realmente me fez acreditar na narrativa e nas teorias ali postas. A história nos apresenta Lelystra Kokerson, cujo pai é um psicólogo que ajuda vampiros a compreenderem sua verdadeira natureza. Num baile na casa de seus tios, Lelystra conhece Anghel, um belo rapaz, se não fosse um vampiro. É nesse momento que ela começa a colocar em prática todos os conhecimentos aprendidos de seu pai, para tentar salvar o jovem. Ela então explica à ele que ser vampiro não e necessariamente uma monstruosidade, e muito mais uma evolução na raça humana. Mas, como os vampiros sabem que são superiores, eles precisam se punir de algum modo, e assim criou-se a lenda de que eles são predadores assassinos. Eu achei isso hilário, completamente incrível. Ver o vampirismo com uma evolução, nunca pensei que fosse ler isso, e realmente, a autora me surpreendeu mais a cada parte da trama. As personagens tem personalidade forte e são bem construídas, fazendo com que consigamos senti-las ganhando vida. O enredo corre perfeita e magistralmente, e a cada página virada vem mais uma surpresa. Realmente, não conhecia a autora, mas agora estou doida para um livro com exatamente essa história.

Richelle Mead nos apresenta Lucy Wade, uma vampira adolescente que precisa fugir da família, pois carrega um dom capaz de acabar com a raça vampírica. Ela encontra em Nathan um parceiro para a fuga, e sente uma estranha ligação entre eles, apesar de nunca tê-lo visto antes daquele dia. Juntos eles viajam e correm perigos mortais, e ao fim de sua jornada, finalmente se entregam a atração intensa que existia entre os dois. A autora de Vampire Academy nos traz uma história interessantíssima, que conta com uma vampira capaz de destruir toda a sua raça, e um garoto rebelde que se ressente por toda a dor que os vampiro causaram a sua família. Eu adorei o elenco e realmente me envolvi na história, torcendo e vibrando quando algo dava certo para o casal. A trama evoluiu de modo claro durante a narrativa, e o que parecia ser apenas um romance proibido acabou virando a guerra entre duas raças, onde apenas uma poderia sobreviver. 

No quinto conto do livro, escrito por Nancy Holder, fomos levados a uma Nova York pós-apocalíptica, onde vive Jilly, uma das únicas sobreviventes à ascensão dos vampiros na cidade. Agora ela perdeu sua família, e vive fugindo de qualquer escuridão que encontre, em uma busca desesperada pelo seu melhor amigo, Eli, pelo qual a menina é apaixonada. Infelizmente Eli é homossexual, e seu namorado, Sean, não suporta Jilly. Apesar de saber que o garoto não vai mudar sua opção sexual por ela, a garota não consegue esquecer aqueles dias antes de Sean, quando eles eram um casal, e ama Eli mais do que a ela mesma. No meio da cidade, ela encontra seu amado e a família dele, ainda vivos, e a partir daí eles saem em busca de Sean, mesmo contra a vontade de Jilly. E, na escola onde estudavam, que acabou se tornando um abrigo de sobreviventes, eles tem uma surpresa nada agradável, que decidirá a lealdade e o amor de Eli por Jilly. Eu simplesmente adorei a história e toda a trama por trás dela. Nunca tinha lido nada que tratasse de homossexualidade, e acho isso hilário, pois a autora conseguiu construir uma narrativa sobre isso sem usar todos aqueles clichês que escutamos por aí. Jilly é uma personagem pela qual eu me apaixonei logo de primeira, e confesso que sofri com ela a cada desabafo na história. E o rumo que a narrativa acabou pegando me surpreendeu completamente, me arrancando suspiros a cada linha. O desfecho da história é envolvente, e a narrativa é uma daquelas que te prendem do início ao fim, fazendo com que cada linha seja devorada de uma maneira incontrolável, deixando um gosto amargo quando o enredo chega ao fim. O conto daria um livro tranquilamente, que eu leria com a maior vontade do mundo.

Em Farra, conto de Rachel Vincent, temos um tipo diferente e inusitado de vampiros: uma sirena, que seduz os homens para sugar sua energia, e uma fada, que inspira cantores mas ao mesmo tempo retira deles toda a força vital, sem ao menos perceber. Mallory e Andi são amigas, e uma ajuda a outra com relação às suas necessidades: elas impedem-se de matar pessoas. Andi é uma sirena, e Mallory a fada. Juntas elas passeiam por festas, onde encontram seus alvos e retiram deles seus alimentos. Porém elas ainda não tem total controle sobre seus poderes, e poderiam ser mortais se não tivessem uma a outra para supervisionar-se. A história evolui gradativamente, e eu pude perceber a relação de admiração e ódio que Mallory nutre pela amiga. A autora nos presenteou com uma história cheia de reviravoltas e um desfecho que, apesar de esperado, me surpreendeu em sua complexidade. Adoro história que envolvam criaturas místicas, e por isso fiquei completamente vidrada quando li a sinopse do conto. Felizmente não me decepcionei. Realmente a narrativa é envolvente e conseguiu me prender, apesar de eu não ter me afeiçoado a nenhuma das personagens principais.

Em Livre, de Claudia Gray, temos a história de Patrícia, uma negra livre, que seria apresentada à sociedade para servir aos caprichos de algum homem branco que por ela se interessasse. Porém, Patrícia é apaixonada por Amos, um ferreiro, também negro, e escondidos, eles mantém uma relação proibida. Em seu baile de apresentação, Patrícia é cortejada por um homem belo mas estranho, atencioso demais perto de todos os outros. Logo Patrícia descobre que ele é um vampiro, mas então será tarde demais. Sua vida já estará mudada e sua única razão para continuar viva, Amos, já não existirá mais. Patrícia é uma personagem que nos inspira amor e compaixão. Ela é livre até certo ponto, pois para manter seus status de liberdade, precisa se submeter às vontades de um homem branco, exatamente como sua mãe antes dela. Ela nutre realmente um profundo amor por Amos, que, junto com o desejo que os dois sentem, se torna impossível de controlar. Julien Larroux é um vampiro, e é a perdição de Patrícia, aquele que muda seu destino para sempre. No início da história, confesso que não me empolguei, apesar do tema central ser extremamente interessante e bem escolhido. Logo depois do episódio do baile, porém, a história passa a ser mais envolvente, e me intrigou muito mais. A escrita da autora é ótima, e eu realmente cheguei ao final da história clamando por mais.


Recomendo o livro para todos aqueles que gostam do gênero, e acredito que é uma leitura bastante dinâmica, por se tratar de várias histórias em apenas uma obra. Porém, existe sempre a possibilidade e nos afeiçoarmos muito a uma personagem, o que não pode acontecer aqui, já que eles não são os mesmo durante todas as narrativas. Mesmo assim acho que vale a pena conferir os contos, eles fogem à mesmice que muitas vezes vemos e lemos por aí.

Se resolverem ler o livro, venham me contar o que acharam depois. Até a próxima postagem!

Beijos 

2 comentários:

  1. OKOK, esse é meu novo desejo literário ;D

    Tomara que eu encontre na bienal o//

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    1. Ainda bem que ajudei na tua lista de desejos hahaha tu vai na Bienal? Não creio O.o traga presentes hehe Brincadeirinha! Beijos, Érika!

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