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[RESENHA] Delírio - Lauren Oliver (Livro 1)

08 agosto 2014

Hey, pessoas!

Hoje é dia de resenha aqui no Livros Viajantes, e o livro de hoje é uma história criativa e envolvente, vamos conferir?!



TÍTULO: Delírio
AUTOR: Lauren Oliver
EDITORA: Intrínseca
NÚMERO DE PÁGINAS: 342 páginas
AVALIAÇÃO: 
SINOPSE: Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia.  Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?


No mundo de Lena, o amor é uma doença fatal. O amor deliria nervosa, como é conhecido, tem graves consequências, podendo levar ao suicídio. Por isso, todas as pessoas passam pela intervenção quando completam dezoito anos, para retirar as chances de contrair a doença. Lena espera ansiosamente esse dia, já que sua mãe suicidou-se devido ao contágio. Ela não vê a hora de erradicar os genes doentes de seu sangue. Lena é uma garota comum, de um metro e cinquenta e oito, que segue à risca todas as ordens descritas na Shhh (Suma de hábitos, higiene e harmonia): nunca violou o toque de recolher, escutas músicas e lê livros aprovados pela organização. Lena tem uma melhor amiga: Hana. Diferente da garota, Hana é rebelde, e fascinada pelos Inválidos (como são chamadas as pessoas que vivem na Selva, indiferentes às leis da Shhh).


Antes da intervenção, as pessoas precisam passar por uma avaliação, onde lhe é atribuída uma nota, de acordo com suas respostas ao questionário, que servirão para pareá-las ao seu devido companheiro para o resto da vida. Assim, a felicidade é garantida. Lena preparou-se para esse dia, e acompanhada de sua tia Carol, ensaiou todas as respostas. Infelizmente, a avaliação não saiu exatamente como ela queria, devido ao protesto ocorrido, e gerenciado pelos Inválidos, apesar da insistência da Shhh de ter sido um mero engano nos carregamentos. Em meio à essa correria, ela vê aquele que seria seu contaminador pela primeira vez: Alex. A menina não consegue tirar o sorriso que o garoto lhe dirigiu da cabeça, apesar de sua rotina continuar normalmente. Em meio a uma de suas corridas rotineiras ela o vê novamente, e descobre que ele já é curado (já passou pela intervenção) e trabalha nos laboratórios da Shhh.


A partir desse encontro, Lena começa a se sentir cada dia mais ligada a Alex, que mais tarde ela descobre ser um Inválido, infiltrado na Shhh. E passa a duvidar de todas as coisas que a Shhh prega. Quando foge de casa, após o toque de recolher, para encontrar Hana em uma festa proibida, para avisá-la da batida que está sendo feita pelos soldados, Lena é salva de acabar nas garras da Shhh por Alex, e escondidos em um abrigo longe da vista de todos, acontece o primeiro beijo entre eles. Então, Lena percebe os sintomas que tanto temia surgirem a cada dia mais fortes. E o mais estranho é que ela não se sente nem um pouco mal, pelo contrário, ela está mais feliz do que nunca. Escondida de todos, ela passa a se encontrar com Alex diariamente, às vezes acompanhada de Hana, a única que sabe do romance. O casal está cada dia mais próximo, até o ponto que Lena descobre que a morte de sua vida toda foi construída baseada em mentiras, e que sua própria família havia escondido a verdade. Ela então decide fugir para a Selva com Alex, e nunca mais voltar a ver aqueles que a decepcionaram. Porém, muitos imprevistos acontecem, e Lena vai descobrir que, muitas vezes, amar é se sacrificar por alguém.


Quando comecei a leitura do livro, eu estava com as expectativas lá no alto. Achei genial a ideia central da autora, de transformar o amor em uma doença que precisa ser extinta a qualquer custo. Fiquei mais do que curiosa para saber como ela iria desenvolver essa ideia, e não via a hora de começar a descobrir o mundo criado por Lauren. Acho que talvez por isso me decepcionei um pouco com as primeiras cinquenta páginas. A narrativa me pareceu um pouco lenta, e o foco eram os dramas e dúvidas de Lena com a avaliação que se aproximava. Mas como estava com muita vontade de descobrir a história, não desisti, e, felizmente, a autora fez valer a pena a persistência: a partir do momento em que Alex entrou na história, ela ganhou um rumo completamente novo, ficando ágil e envolvente. A leitura começou a fluir agilmente, e cada página trazia um conflito e emoção diferentes.

"Uma dor curiosa lateja no fundo de minha garganta, mas é claro que é assim que as coisas são: tudo termina, as pessoas seguem em frente e não olham para trás. É como as coisas devem ser." (página 80)

O modo como Lauren conduziu a história me envolveu completamente, e logo eu me vi devorando o livro rápido demais, ao mesmo tempo querendo que ele durasse muito mais tempo. Os diálogos são bem desenvolvidos, e a autora soube acrescentar a dose certa de mistério, que foram resolvidos magistralmente. A sociedade que Lauren criou é incrível, e as personagens causam diversas reações a cada ato que fazem, o que te faz odiá-las e amá-las com a mesma intensidade. Eu realmente não me arrependi por ter insistido na história, pois percebi que ela não é apenas drama de adolescente que não encontra seu lugar ou romance proibido, existem questões muito mais profundas por trás de cada conflito.


Quanto à diagramação, a capa é maravilhosa: é feita de um material metalizado, e o título é em alto-relevo. Quando peguei o livro fiquei alguns minutos admirando o trabalho gráfico, antes mesmo de abri-lo. Quanto ao interior, os números dos capítulos são escritos em uma letra desenhada e bonita, e antes do início da cada uma deles existe uma passagem da Shhh, que nos deixa conhecer as partes principais de todo o material. As letras são medianas, e não cansam os olhos, o que faz a leitura ser mais fácil e relaxada. Achei uma grande jogada da editora colocar os primeiros capítulos do segundo volume da série ao final do livro, mas achei muita sacanagem, pois deixa a curiosidade da gente ainda mais aguçada (pausa para os risos). Realmente o trabalho foi maravilhoso, e me deixou encantada.

"Toda vez que seus dedos me tocam, o tempo parece parar por um segundo, como se pudesse se desfazer. O mundo inteiro está se desfazendo, concluo, exceto nós. Nós." (página 180)

Recomendo muito a leitura, e pretendo continuar a série. Queria explicar que as quatro estrelas foram devido às primeiras cinquenta páginas das quais eu comentei antes, mas elas felizmente foram compensadas no decorrer da história. As minhas expetativas não foram completamente alcançadas, mas a trama realmente me envolveu e eu entrei na história com a autora, sofri com as personagens, e fiquei com um gosto de quero mais ao final do livro. Creio que isso seja o mais importante. Espero que tenham gostado da resenha, e se decidirem ler, venham me contar o que acharam depois. Até a próxima postagem!

Beijos 

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